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QB66 Venha Comigo (Parte 6)

“(4) Meu amado colocou a mão Pelo trinco [da porta], E meu coração ansiava por ele. (5) Levantei-me para abrir para o meu amado, E as minhas mãos pingavam mirra, Meus dedos com mirra líquida, Nas alças da fechadura.” – Sng 5:4-5 NKJV

Esses versículos seguem imediatamente a pergunta da Noiva: “(3) Tirei meu manto; Como posso colocá-lo [novamente]? Lavei meus pés; Como posso contaminá-los?” – Sng 5:3 NKJV Como vimos da última vez, a Noiva tinha uma expectativa diferente de como esse encontro com seu amado poderia se desenrolar. Quando ela ouviu sua voz, seu coração imediatamente se compadeceu dele (versículo 6), então logo depois, sua mente começou a fazer a pergunta: “mas como?” E aí está em alguns versos: a luta contínua entre o coração e a mente com a qual estamos muito familiarizados. O Senhor nos convida a abrir a porta para Ele, nossos corações são atraídos para Sua voz, mas então com que rapidez questionamos a maneira pela qual podemos vir e perguntar ‘como?’ Não é esta a doença de nossa condição frágil, uma janela para nossa alma? Nossas mentes resistindo ao coração vivificado.

A resposta nesses versículos é tipicamente paradoxal à maneira de nosso Noivo, não recebemos nenhuma resposta verbal à pergunta da Noiva ‘como’, mas sim uma ação de profundo significado e significado, respondendo assim às suas preocupações, mas de uma forma que ela não esperava. Pois lemos: “Meu amado colocou a mão no trinco da porta e meu coração ansiava por ele”. Outras traduções têm

“(4) Meu amado enfiou a mão pela abertura da trava; meu coração começou a bater forte por ele.” – Sng 5:4 NVI

“(4) Meu amante enfiou a mão no buraco, e meus sentimentos foram agitados por ele.” – Sng 5:4 NET

Havia uma abertura na porta que dava acesso para o Noivo colocar a mão através do orifício para a trava e foi isso que ele fez. Ele estava do lado de fora, mas quando ele enfiou a mão dentro, a Bíblia diz que o coração dela bateu forte por ele, seus sentimentos foram agitados e até mesmo excitados. Que relato fascinante nos é dado aqui. Veja o que aconteceu depois (5) Levantei-me para abrir para o meu amado, E minhas mãos pingavam mirra, Meus dedos com mirra líquida, Nas alças da fechadura.” – Sng 5:4-5 NKJV Essa mirra não estava lá antes, mas certamente estava agora. Estava em todas as mãos e pingando de seus dedos, as alças da fechadura estavam cobertas com isso!  Isso porque o Noivo derramou mirra líquida nas alças quando enfiou a mão pela abertura, mas por que ele faria isso? Bem, acredito que foi Sua resposta à preocupação da Noiva, ‘como posso sair com você noite adentro?‘ (ver QuickBite 64). Deixe-me explicar o que acredito que está acontecendo aqui, e é tudo sobre a unção!

A unção no Antigo Testamento era o processo de untar, esfregar ou derramar um óleo especialmente preparado na cabeça de alguém ou um objeto para simbolizar que essa pessoa (ou objeto) havia sido escolhido por Deus para ser santificado e separado para um propósito sagrado. Êxodo 30:22-32 entra em grandes detalhes sobre o óleo da unção, descrevendo precisamente como ele deve ser feito e usado para consagrar os sacerdotes, a tenda do encontro, a Arca do Testemunho e todos os outros itens do tabernáculo. Um dos principais ingredientes para misturar este composto mais sagrado foram 500 shekels (cerca de 12 libras) de mirra para cada hin de óleo (cerca de 3,5 litros). Então, quando o Noivo enfiou a mão pelo buraco na porta e espalhou mirra líquida sobre as alças, você poderia dizer que ele as ungiu. Deste ponto em diante, para a Noiva ver seu Amado, ela precisaria tocar sua unção porque não poderia abrir a porta sem tocar nas maçanetas cobertas por sua mirra.  Agora, algo muito especial acontece quando você toca um objeto ungido, porque o que quer que (ou quem quer que seja) toque um objeto ungido, eles também se tornarão santos (ou separados) para o Senhor. Aqui está o que o Senhor disse a Moisés sobre a unção:

“(29) Você os consagrará, para que sejam santíssimos. Tudo o que os tocar se tornará santo.” – Êxodo 30:29

Quando a mulher colocou as mãos sobre as maçanetas da porta, ela tocou a unção de seu Noivo e se tornou santa (ou separada) para ele. Antes que ela pudesse sair noite adentro em busca de seu amante, ela primeiro teve que ser ungida como sua noiva. Isso também é verdade para nós. Amado, há uma unção em nossos corações colocada lá por Jesus que, quando tocada, nos prepara para sair ao seu encontro como Sua Noiva.  Eu sei que isso é profundo, mas mesmo enquanto escrevo, fico profundamente comovido com tal mistério sendo aberto para nós. Quando Jesus ungiu a porta pela qual Ele pode entrar em nossos corações, Ele também abriu o caminho para entrarmos no Seu como Sua Noiva!

A porta é central para esta passagem em Cântico dos Cânticos 5:2-7. Representa a interface entre os dois amantes, o portal entre o Noivo e a Noiva, através do qual um pode entrar e sair em busca do outro. Na conhecida passagem João 10, quando Jesus ensinou que Ele é o Bom Pastor, Ele também se descreveu como a Porta e corretamente associamos isso à salvação, mas há mais no que Jesus realmente disse;

“(9) Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo e entrará e sairá e achará pastagem.” – João 10:9 NVI

Além da salvação, somos apresentados aqui com o conceito de entrar e sair através Dele para encontrar pasto. Voltaremos a Jesus como nosso Pastor em alguns momentos de Quick Bit, mas por enquanto estou destacando que Jesus é a porta pela qual podemos entrar e sair de nossa vida espiritual. No entanto, esta Porta é como nenhuma outra, porque não apenas passamos, mas também permanecemos e, portanto, tudo o que entramos por Ele, também entramos Nele. Mais uma vez, vemos essa dualidade em ação, não apenas Cristo está em nós, mas também estamos nele, não teoricamente ou mesmo teologicamente, mas de uma maneira muito real, pessoal e íntima, uma união possibilitada pelo Espírito Santo de Deus. Agora, para reiterar as Mordidas Rápidas anteriores desta série, tudo isso acontece dentro de nossos corações. Estamos falando aqui da vida espiritual interior, que é onde nossa experiência e fundamento devem começar antes de estarmos prontos para encontrar o mundo exterior. (Isso não é novo: primeiro a intimidade, depois a missão, o primeiro relacionamento, depois a atribuição e os dois estão amarrados, um deve sempre levar ao outro.)  Quando abrimos a porta para nossos corações e permitimos que Jesus entre, estamos recebendo dentro de nós Aquele que é Ele mesmo a Porta, e através desta Porta dentro de nossos corações estamos sendo convidados a entrar. Eu vejo isso como um paradigma de dentro para fora. Há uma porta em nós, que se abre para um espaço infinitamente maior. Onde essa porta nos levará se entrarmos? Bem, acredito que isso nos levará a muitos lugares. A primeira vez que passamos foi pela salvação.

“(6) Jesus disse-lhe: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” – João 14:6

Você notou como chegamos ao Pai? Jesus disse que é “através de mim“. Jesus foi a Porta pela qual passamos para chegar ao Pai.

“(1) Portanto, visto que fomos justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.” – Romanos 5:1 NVI

Novamente, ao vir “através” de Jesus, temos paz com Deus. E em Hebreus nos é dito

“(19) Portanto, irmãos, visto que temos confiança para entrar nos lugares santos pelo sangue de Jesus, (20) pelo caminho novo e vivo que ele nos abriu através da cortina, isto é, através de sua carne,” – Hb 10:19-20

Em todas as maneiras pelas quais podemos passar por Jesus como a Porta, seja para salvação, provisão, paz ou cura, há uma que somente a Noiva pode entrar. Está lá em algum lugar do seu coração, você já o encontrou? Você já procurou a Porta que conduz ao romance, você saberá quando a encontrar, porque como a Sulamita, seu coração ficará inflamado quando você sentir que a mão de Jesus entrou e o ungiu com mirra.